quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SER X VIVER


Estamos vivendo em um constante caos, chamado de mundo moderno. O que era para ser real, agora é virtual; o que era verdadeiro, agora é passageiro, e o ‘eu´ não passa de mais uma pergunta, ainda não respondida. Os relacionamentos se tornaram algo complexo demais, a pessoa saudável, agora é estressada, e as informações já não nos entretêm, e sim, nos deixam confusos.
Há quem diga que a causa desses transtornos seja a velocidade das informações, o mundo tecnológico que não para de crescer, ou também as mudanças radicais que ocorrem de geração a geração. Mas, paremos para pensar: Será que o problema não é o ser humano, que em meio a tantas coisas novas, não consegue acompanhar nada, por querer ser e saber tudo?
Somos aqueles que sempre querem estar em dia com as notícias da política, da economia e do mundo. Aqueles que querem ter o corpo igual aos dos artistas, cabelo como a mocinha da novela, personalidade dos mais sabidos. Em suma, aqueles que querem ser igual a todos mas, ao mesmo tempo, ter uma coisa especial e diferente, para, finalmente, ser "único".
Perceberam o quanto queremos mostrar, ao invés de desenvolver? O mundo de hoje valoriza muito o olhar, o ser, o querer ser invejado, amado e querido por todos. Viver em um mundo globalizado, não é o bastante. O que ‘está na moda’ é SER globalizado. O objetivo de todos é ser como um computador: rápido, tecnológico, estar em constante mudança, descobrindo coisas novas e, de preferência, sempre impressionar e entreter os outros.
Baudrillard dizia que a arte virou um simulacro da arte. A política, um simulacro da política. Portanto, não podemos deixar de afirmar que, sendo assim, o eu tornou-se um simulacro do eu. Ninguém conhece mais ninguém, principalmente pelo fato de sermos uma ‘metamorfose ambulante, que muda de acordo com o que a mídia coloca em evidência’. Daí surgem os conflitos, que acabam por deixar de lado as relações sociais, a vontade de aprender e de viver, os sentimentos. Tornamo-nos então, alguém frio, sem emoção, sem alegria. Tornamo-nos então, simples robôs.

Autora: Bárbara Venturini, 3o colegial, 2009.

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